sexta-feira, 4 de abril de 2008

Núvem de dúvidas sobre a Sata

São contradições a mais para tanto silêncio e é fundamental que o Governo apresente claramente os argumentos que os seus "técnicos" lhe apresentaram para optar pela compra de aviões muito mais caros a todos os níveis. Porque enquanto não o fizer – enquanto não conseguir concencer os reais accionistas da SATA, que são todos os açorianos, não o esqueçamos – apenas estará a adensar uma nuvem de dúvidas que já começa a afectar a sua própria credibilidade.
Porque não estamos perante pequenos detalhes. São grandes, atingindo uma proporção que simplesmente não é negligenciável. E nem quero imaginar que tem tudo a ver com alterações a meio do jogo e novos sonhos de ligar a Macaronésia, quando o objectivo é o de ligar os Açores.
Não nos fica bem estes imbróglios sucessivos com concursos públicos e a população tem de ser devidamente esclarecida sobre todo este processo. Não será um "segredo de Estado", suponho eu… Aliás, na sua visita a Cabo Verde, Carlos César terá oportunidade de experimentar os ATR. Serão suficientemente majestosos para a sua comitiva – ou o importante é mesmo que este processo pareça ser transparente?
Todo este episódio ocorre na mesma semana em que se decide um "momento histórico" para os Açores – com a aprovação na Assmebleia da República, na generalidade, da terceira versão do Estatuto Político Administrativo. A diferença entre o mundo político e o real não podia ser maior: para os deputados, parece que estamos perante uma espécie de refundação da Autonomia; para a população, foi realmente apenas mais um dia, embora manchado pelas suspeitas de favorecimento que afectam o negócio da SATA.
Dois tempos, claramente, e duas regiões distintas, dois modos de ver o que devia ser a mesma realidade – e uma divisão que começa a ser insuportavelmente difícil de superar. Quando é que os açorianos voltarão a estar de facto unidos?

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