terça-feira, 1 de abril de 2008

Socialismo não socialista...

As parcas declarações que se ouviram sobre a moção política de Carlos César para o próximo mandato à frente do PS são preocupantes. Em linhas gerais, o PS passa a ser um partido de "socialistas e não socialistas", o que institui as bases do conceito de "partido único" – de resto, diz o presidente do PS que é preferível "mudar o PS, porque a alternativa é os açorianos mudarem de partido"…
Há cada vez menos dúvidas que o que faz falta ao PS é uma espécie de Manuel Alegre açoriano – não só pela frontalidade, mas também pela convicção ideológica. E não há. O que há em crescendo é um partido governamental (de tachos), composto por funcionários públicos de nomeação (até entrarem para os quadros da função pública), cujas ideias se cingem à sua própria governabilidade. Não é isso que a política devia ser…
O discurso do presidente do PS confundiu-se perigosamente com o do Presidente do Governo – ele sim, a governar para todos os açorianos e não só para os socialistas. E se bem que o objectivo de qualquer actividade partidária seja, em última análise, o de governar, a democracia é, pela sua própria natureza, adversa aos sonhos de partido único a que este PS se parece candidatar.
Os partidos são um instrumento da democracia e é como tal que devem ser encarados, instituindo-se modelos de organização política que promovam o debate das ideias e o aparecimento de novos valores. Nada disto é conseguido com o modelo eleitoral que temos em vigor nos Açores – bem pelo contrário, como se vê, arriscamo-nos a atingir uma situação de tal forma monocórdica que fará inveja a qualquer ditadura.
E não é só uma questão de ideias: é que por detrás desta aparente calmaria, subsiste em muitas áreas um clima de incompetência disfarçada e de ligações intoleráveis entre os interesses público e privado que exigem uma fiscalização que nenhum modelo de "partido único à regional" poderá garantir…

http://www.da.online.pt

3 comentários:

Milhafre disse...

O Alegre já tem subsvenção vitalícia, uma pensão de reforma, à conta de ter trabalhado 24H na RDP, entre outras republicanas beneces.

Milhafre disse...

Daqui a 12 anos não faltarão Alegres cá na praça.

Milhafre disse...

E nunca mais se calarão!