terça-feira, 8 de abril de 2008

Parar, já!

A resposta da SATA sobre a escolha da Bombardier demonstra claramente que houve desde o início o propósito de escolher um dos candidatos – o facto de se mentir em relação à capacidade de um dos aviões em operar no Corvo é claro indício disso mesmo. E quando isso é assim, estamos mal. Não aponto o dedo a ninguém, mas imagino que um gestor que vá ao mercado comprar o que quer que seja vai tentar ao máximo que haja vários fornecedores candidatos – e ter em sua posse todos os elementos. Não é o que se vê neste memorando.
A questão adensa-se ainda mais, quando consta que a SATA pediu na semana passada à Bombardier para lhe fornecer um relatório técnico a basear a escolha realizada. Isso simplesmente não é admissível pois esse é o tipo de documento que se esperava que a SATA tivesse em sua posse quando anunciou a sua escolha. E piora quando a filosofia que parece subjacente a este documento – que é, por muitos padrões, enviesado e até tosco – vai no sentido de privilegiar voos no exterior e de diminuir o número de frequências nos Açores, prejudicando-nos ainda mais. É esse o modelo que se pretende? Não creio que seja o ideal e essa opção terá de ser muito bem explicada.
As inúmeras lacunas – e mesmo inverdades – contidas neste documento penso que aconselham a discussão do tema na Assembleia Regional – e aí o PSD esteve bem. Só não pode ser é numa situação de facto consumado!
Aliás, é toda a política estratégica que está em jogo na opção que vier a ser tomada. Até há a questão do que fazer com actuais ATP – e já há mesmo quem defenda que poderá ser um erro vendê-los, podendo optar-se por os converter em aviões de carga, para operar nos Açores e no exterior. É sobre isso tudo – e mais ainda – que as decisões têm de ser tomadas e conhecidas do grande público. Por uma questão de bom senso, o processo de decisão devia ser suspenso.

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